terça-feira, 5 de junho de 2012

LITERATURA | Ensaio sobre a cegueira


Por alguns dias, tive a oportunidade de fazer a leitura do livro O ensaio sobre a cegueira, de José Saramago. Apesar de apresentar uma linguagem um pouco diferente da nossa, e até mesmo para preservar a língua portuguesa de Portugal, pátria do escritor, me debrucei a entender o que seria essa tal “cegueira branca”, e esse mistério pouco a pouco foi se desvendando, dia após dia. Ficava na dúvida de como apenas um ser humano não sofria desse mal que assolava a todos. Cada dia que se passava, eu chorava, pois como não se envolver com uma história como essa...? As tragédias, a estupidez, os sentimentos, as traições, a inveja e todos os piores sentimentos que podemos encontrar em um ser humano, ou mesmo numa sociedade. Viver essa história me foi útil, pois acabei por descobrir, através do olhar do autor, que o cego é aquele que tem medos... Medo de ficar sozinho, medo de não encontrar outro alguém, medo de não olhar adiante, de deixar a vida passar.
Realmente, “O pior cego é aquele que não quer ver”, cego dos olhos, do ouvido, do coração, do cérebro... Às vezes nos contentamos com muito pouco e a “cegueira” nos ajuda nisso, queremos sempre tapar o sol com a peneira, em busca de viver o que achamos ser o melhor para nós, e nem sempre isso é bom, ou é o certo. Falo isso em todos os âmbitos, seja emocional, profissional, social. Vivemos numa mesmice sem fim e não nos damos conta que o mundo lá fora nos impõe a várias situações e circunstâncias, que nos tornam “burros” e incapazes de abrir os olhos. Na realidade somos um bando de marionetes nesse mundão de meu Deus, vivemos de histórias encantadas como: Branca de Neve e vários contos de princesas em busca de seus príncipes que chegam em seus cavalos brancos. ESTAMOS CEGOS, O MUNDO ESTÁ CEGO, EU ESTOU CEGA...  Vamos nos abrir para enxergar esse novo mundo, ter uma nova visão do que nos estão a nos impor, ser capaz de enxergar quando alguém não nos dá em troca o mesmo afeto que lhe damos, não ter medo de ser suficientemente capaz de se entregar e encarar novas situações.
Vamos deixar de acomodação, de viver o mesmo sempre, de fazer as mesmas coisas sempre, de amar o de sempre, deixemos de ser cegos quando apenas apontamos os defeitos dos outros e não olhamos os nossos,  vamos dar a cara pra bater, de enfrentar e ser feliz, mesmo que isso nos custe caro, mesmo que tenhamos que enfrentar a tudo e a todos. Quem precisa sentir medo? Por que não encarar a vida de frente? Já dizia a canção: “VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ”. Devemos levar isso como lição.

Voltando a moral da história: SER CEGO, É TER MEDO...

Por Rochele Nogueira

Nenhum comentário:

Postar um comentário