“A verdade não morre
quando censurada. Na democracia, a verdade vem à superfície.” Foi com essa
célebre frase de Ulisses Guimarães que a presidente Dilma Rousseff abriu seu
discurso na cerimônia de posse dos integrantes da Comissão da verdade, no dia
16 de maio. A comissão da verdade vai apurar violações aos direitos humanos cometidas entre
1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar. Para nossa presidente isso
significa muito, visto que ela sempre faz questão de lembrar â sociedade que
foi uma das vítimas da Ditadura; logo essa combinação de Dilma Rousseff e
Comissão da verdade resultaria em um único sentimento: revanchismo.
Em 1964, enquanto meninas eufóricas ao redor do mundo
choravam ao som dos Beatles, no Brasil um golpe militar depunha o então
presidente Jango e empossava o General Castelo Branco e nos 21 anos seguintes o
país vivia uma pseudodemocracia, pelo menos até o ano de 1985, quando o pres.
Costa e silva instaurou o AI-5 e os militares resolveram deixar essa de imagem ‘democracia’
de lado e assumiram seu poderio militar.
Nesse conturbado período foram feitas quase 500 vitimas,
entre mortos e desaparecidos e são as questões por trás desses casos que a comissão
da verdade – ou a presidente - se preocupa em esclarecer. Para a chefe do
Estado, o trabalho que a comissão realizará, mesmo que a passos de tartaruga,
será um banho de alivio. Dilma quer como ninguém saber toda a verdade, sem
nenhum disfarce ou algo do tipo. Analisar mais de 40 anos de sofrimento por
apenas sete pessoas vai levar bastante tempo, mas isso não é o mais importante,
o primordial já foi alcançado.
Não é de hoje que o governo vem tentando instaurar essa
comissão, desde Collor que trabalhos vem sendo realizado para que isso saia do
papel, mas o fato de acontecer justo no governo de alguém que vê a ditadura
militar como a maior mazela da sociedade brasileira representa muito. Mas Por que Dilma descarta o ódio e o perdão, mas não
o esquecimento? Perdão é o que define a lei da Anistia e a comissão não busca
anulá-la nem promover revanchismo e sim trazer à tona a verdade a todos àqueles
que continuam sofrendo com as consequencias desse período tão sombrio.
Por Eduardo Siqueira
Por Eduardo Siqueira
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